No último domingo (30/4), foi registrada no Distrito Federal uma chuva de grande intensidade que causou alagamentos e transtornos em alguns pontos da região do Plano Piloto. O fenômeno foi observado pelo Sistema de Monitoramento Chuvas Urbanas Intensas (Simcurb), ferramenta disponibilizada para consulta no site da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).  

O sistema, lançado no último mês pela Superintendência de Drenagem Urbana do órgão, é composto por 62 estações de coleta de chuva (pluviógrafos) instaladas em prédios públicos e privados localizados nas 33 regiões administrativas (RAs) do DF. A rede é integrada por estações operadas pela Adasa, Universidade de Brasília (UnB), Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

O alto volume de chuva foi conferido na estação da quadra 204/205 da Asa Sul, onde foi registrada precipitação de 57,4 mm em 1 hora. Já as outras três estações que atualmente transmitem dados automáticos na região administrativa, localizadas no 15° Grupamento de Bombeiro Militar do DF (15°GBM), na sede da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) e no 4° Grupamento de Bombeiro Militar da Asa Norte (4°GBM), apontaram uma quantidade normal de chuva dentro do mesmo intervalo de tempo. 

Os resultados demonstram que houve uma chuva localizada e torrencial entre o meio da Asa Sul até o início da Asa Norte, evento crítico que ocorre aproximadamente a cada 9 anos no Distrito Federal.

Segundo o superintendente de Drenagem Urbana da Adasa, Hudson Oliveira, as áreas afetadas pelas chuvas intensas possuem sistemas de drenagem que não comportam as vazões e escoamento causados pela chuva.  “Os sistemas de drenagem urbana existentes na área atingida foram implantados entre os anos de 1967 e 1977 e são dimensionados para suportar uma chuva intensa de até 5 anos”, explicou. 

Responsável por coordenar e executar o desenvolvimento do projeto Simcurb, o regulador Luciano Leoi destacou a importância de um panorama detalhado do comportamento de chuvas urbanas no DF, uma vez os pluviógrafos medem dados de chuvas de 5 em 5 minutos. “Por meio da geração de dados históricos a ferramenta possibilitará uma compreensão mais assertiva do regime de chuvas nessas regiões e fundamentará ações preventivas e corretivas”, reforçou.