Comitês de Bacia recomendam criação de Câmara Técnica para propor regulamentação de reúso de efluentes

Os Comitês de Bacias Hídrográficas do Distrito Federal aprovaram, por unanimidade, moção conjunta que recomenda a criação de uma Câmara Técnica, no âmbito do Conselho do Meio Ambiente do DF, para propor a regulamentação do reúso dos efluentes das estações de tratamento de esgotos na irrigação. A decisão foi durante reunião conjunta realizada na quinta-feira (15/10), por meio virtual.

O objetivo é reaproveitar internamente esses resíduos que hoje, depois tratados de forma primária, são despejados em rios de estados vizinhos, que reclamam da poluição. A ideia é utilizar a água na agricultura, no florestamento, reflorestamento, na recuperação de áreas degradadas, na pesquisa e geração de outros produtos.  

CITinova

Outro tema tratado na reunião virtual foi o Projeto CITinova- Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis, apresentado pela coordenadora Nazaré Soares, da Secretaria do Meio Ambiente do DF, e pela assessora especial da Subsecretaria de Águas e Resíduos Sólidos, Elisa Meirelles.

O projeto estabelece ações voltadas para o planejamento urbano integrado, e inclui, entre outras iniciativas, a estruturação de instrumentos de governança para o enfrentamento das mudanças climáticas; o engajamento social nas políticas ambientais; a implantação de boas práticas nas bacias do Descoberto e do Paranoá, para a recomposição de 80 hectares em áreas de nascentes e de proteção permanente; a aplicação de tecnologias para a descontaminação do solo do antigo Lixão e a promoção de energia solar no DF.  

Despedida

Ao final da reunião, os comitês de bacias prestaram homenagem a Paulo Salles, que encerra nesta semana a sua gestão como diretor-presidente na Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).

Os colegiados entregaram uma placa de agradecimento pelo seu empenho e comprometimento na consolidação do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos do DF e destacaram, em depoimentos individuais, o papel fundamental do diretor na regulação do uso da água e na participação social na gestão hídrica.

Como biólogo e professor universitário, Salles destacou a importância da educação na transformação pacífica do mundo e na formação do cidadão. Lembrou da sua contribuição na formulação da Política e Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal, instituídas na Lei Distrital 2.725, de 2001, e de sua participação como presidente e vice-presidente no Comitê do Paranaíba.

Neto de Cora Coralina, Salles admite ter recebido influencias da poetisa, e que com ela aprendeu que o melhor da vida é o trabalho.

Ele ressaltou a importância dos comitês de bacia na gestão dos recursos hídricos, defendeu o empenho de todos na função de educadores sobre a importância da água e a necessidade de manutenção do conceito da sustentabilidade, que consiste em suprir as necessidades do presente sem afetar as gerações futuras.

“Estamos aprendendo a lidar com a sustentabilidade. Os novos gestores têm que ser capacitados para que não se perca esse objetivo”, observou.

Salles enfatizou também o papel fundamental dos comitês de bacia no gerenciamento dos recursos hídricos de forma integrada e participativa. “Nunca nos arrependeremos de ouvir, antes de tomar decisões que interessam a todos”, ressaltou.

“A saída de uma atividade como esta é sempre um pouco triste, mas muito maior é a alegria por ter convivido e trabalhado com vocês, por chegar onde chegamos, juntos”, concluiu Salles.

 

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